Nas últimas semanas, enfrentamos desafios de saúde consideráveis em nossa casa: uma batalha contra a dengue, uma luta contra pneumonia e uma ligeira escaramuça com sinusite. Posso traçar um mapa das inúmeras idas e vindas aos hospitais de São Paulo! Sou profundamente grata por termos acesso a profissionais médicos e instalações de saúde para nossa família. Cada dia, sinto-me privilegiada e abençoada por isso.
Hoje, porém, foi um dia especialmente marcante. O que aconteceu com minha filha extraordinária, Isabella, me fez refletir sobre tomada de decisões e ação.
Deixe-me compartilhar com vocês!
Isabella estava se preparando para realizar uma tomografia e exames de sangue. Antes de irmos ao hospital, tivemos uma conversa detalhada. Para uma criança autista como ela, a previsibilidade é fundamental para evitar crises. Então, quando chegamos ao pronto-socorro e nos deparamos com o pediatra, ele ficou surpreso com as "exigências" de Isabella. Ela simplesmente disse: "Dr., vamos fazer a tomografia e a picadinha!" com uma determinação que repetiu três vezes. A médica olhou para mim e comentou: "Que mocinha focada e decidida! Parece que sabe exatamente o que quer!". Eu sorri e respondi: "Bem, eu a preparei para evitar surpresas!" com um sorriso um tanto tímido.
No entanto, eu não tinha ideia do que viria a seguir. Não sendo médica ou profissional da saúde, não esperava que fosse solicitado outro exame: o temido teste do cotonete para H1N1. Instantaneamente, imaginei que seria um desafio e tanto!
Entramos na sala de exames e percebi que precisava falar com Isabella sobre o próximo procedimento o quanto antes. Respirei fundo e comecei a explicar. Ela ficou muito nervosa e expressou sua recusa, dizendo que sairia correndo do hospital. Eu a acalmei e prometi discutir isso mais tarde. Com a maioria dos exames já realizados, chegou a hora do tal cotonete, que parecia uma aventura pelo seu cérebro (exagero meu).
Isabella começou a ter uma típica birra de criança, mas logo percebi que isso poderia se transformar em uma crise autista eminente. Então, pedi para respirar fundo e a trouxe de volta ao foco, explicando que era necessário. Eu disse a ela: "Isabella, você pode gritar e chorar o quanto quiser, mas precisa fazer isso". Ela me respondeu: "Tudo bem, mamãe! Vou gritar e chorar MUITO". E assim fizemos! O cotonete fez o seu papel, e Isabella fez o dela. Finalmente, acabou! Os gritos foram altos, os choros doloridos. Eu senti cada angústia em minha alma, também chorei.
Mas aqui está o que preciso compartilhar: ela fez! Isabella fez. Ela enfrentou o medo, as lágrimas, os gritos, mas fez. Ela me disse: "Mamãe, gritei e chorei muito, mas fui corajosa e fiz!".
Que lição de vida extraordinária! Ela fez! Ela fez com medo, com lágrimas, com gritos, mas fez.
Então, lembre-se: faça. Faça com medo, faça chorando, mas tenha coragem. E simplesmente faça!
Nessas três horas no hospital, Isabella me ensinou que, mesmo fora de sua zona de conforto, mesmo sem aviso prévio, mesmo despreparada, você pode ter coragem. Vá em frente! Faça! E pronto.
E o resultado do exame? Negativo para H1N1. ( Graças a DEUS!)
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